Porque é Halloween sempre que o Homem quiser...

Posted: segunda-feira, 31 de outubro de 2011 by Fernanda Thavellik. in Marcadores: ,
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 Há muito, muito tempo, muitos séculos passados, havia para os feriados locais escondidos, países, onde seres encantados viviam para sempre felizes. Nem todos: Jack, o esqueleto, do país do Halloween, sentia-se incompleto, no seu corpo de marfim. Farto do dia das bruxas, todos os anos sempre igual, descobriu algo especial no país do Natal. Regressa à sua realidade, com enfeites e com pinheiros, para contar a novidade aos monstros seus companheiros."

JACK
Escutem todos!
Vou falar da cidade do Natal.
É um lugar peculiar, tão difícil de encontrar, tudo à volta me fascina e me tortura. Um universo incomum, como nunca vi nenhum e, apesar de eu querer, não consigo descrever este sonho, esta aventura. No entanto, meus amigos, acreditem, é real, mais verdade que os meus ossos, este mundo excepcional. Ouçam, vou explicar. Esta coisa esquisita é um presente. No início é apenas um embrulho.
DIABO
Um embrulho?
BRUXA
Tem feitiços?
DIABO
Faz barulho?
BRUXA
Tem lá dentro um pedregulho?
DIABO
Essa é boa, um pedregulho.
JACK
Por favor!
É um embrulho simples, colorido,
por cima tem uma espécie de laço.
DIABO
Um laço? Porquê?
BRUXA
O que há lá dentro, não se pode saber?
JACK
É essa a ideia, surpreender.
DIABO
É um rato.
BRUXA
É um morcego.
DIABO
É um cacto.
BRUXA
É um prego.
DIABO
É um sapato.
BRUXA
É um nó cego.
JACK
Ouçam, vocês perceberam tudo mal.
Não é para isso que existe o Natal.
Prestem atenção.
Vamos buscar uma meia e penduramos assim, na lareira.
DIABO
Porque não a perna inteira?
BRUXA
Um calhau.
DIABO
Uma ratoeira.
JACK
Mau, mau. Escutem.
Não há pé nem perna, só doces, às vezes um pequeno brinquedo.
DIABO
Brinquedo?
BRUXA
Ele ferra?
DIABO
Mete medo?
BRUXA
Ele berra?
DIABO
É um torpedo.
BRUXA
Talvez um segredo, uma cabeça ou um dedo...
DIABO
Que ideia tão gira!
O Natal é espectacular!
Estamos de acordo, temos que experimentar!
JACK
Calma, esperem um instante!
Não estão a perceber o que é mais importante.
(Bem, vou dar-lhes o que eles tanto desejam...)
O melhor, vou-vos contar, eu guardei para o final.
É que o rei da Cidade do Natal tem voz grave, de estremecer, foi assim que ouvi dizer.
Tenho medo, até gaguejo, parece mesmo um caranguejo, enorme e avermelhado.
Quando está para atacar veste o trajo encarnado, pega o saco, toca a andar, assim dizem em todo o lado.
Numa noite sem luar, tão escura como breu atravessa o nevoeiro como um abutre pelo céu. E o seu nome é "Pai Mortal".
(Criei entusiasmo com esta declaração. Só é pena não sentirem o Natal no coração).



 
 
 
 

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